Eva Wilma e Ary Fontoura, os inesquecíveis Maria Altiva e Pitágoras de 'A Indomada', falam sobre a novela que chega ao Globoplay

Divulgação Globo/Jorge Baumann
Uma das mais emblemáticas obras de realismo fantástico que comoveram o público brasileiro está de volta ao Globoplay na próxima segunda-feira, dia 31: 'A Indomada'. Escrita por Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares com direção de Paulo Ubiratan em 1997, a novela apresentou personagens que marcaram o imaginário popular. É o caso do misterioso Cadeirudo e da venenosa Maria Altiva, personagem vivida por Eva Wilma, que protagonizava muitas armações com o político Pitágoras (Ary Fontoura) e eternizou o bordão “Oxente, my god”. 
Aliás, a mistura dos costumes nordestinos e britânicos é uma marca da novela, já que a história se passa na fictícia Greenville, cidade do litoral do Nordeste ocupada pelos ingleses no século XIX. A cidade foi muito rica no passado graças à produção da Usina Monguaba, mas a crise do açúcar e uma explosão na usina adiantaram seu declínio. Sem os ingleses e o açúcar, Greenville entrou em decadência, mas não perdeu a pose. Principalmente os Mendonça e Albuquerque, proprietários da Monguaba. 
A família jamais permitiria o envolvimento de uma “nobre” herdeira com um homem qualquer. Na década de 1970, Eulália de Mendonça e Albuquerque (Adriana Esteves) se apaixona por Zé Leandro (Carlos Alberto Riccelli), cortador de cana da usina de sua família. Os dois sofrem com a perseguição dos Mendonça e Albuquerque, e Pedro Afonso (Cláudio Marzo), irmão de Eulália, ameaça Zé Leandro de morte. O rapaz é obrigado a fugir, mas promete voltar um dia para buscar a amada, que está grávida. A criança nasce e é batizada como Lúcia Helena (Leandra Leal). Eulália passa a viver em segredo, fugindo do rancor do irmão e do veneno da cunhada, Altiva (Eva Wilma), mulher má e mesquinha. E divide com a filha a expectativa pela volta de seu marido.
Por causa da influência externa, os personagens aparecem vestidos com trajes ingleses em pleno Nordeste brasileiro. O figurino de Pitágoras foi criado em homenagem ao ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, enquanto o do delegado Motinha (José de Abreu) foi inspirado no detetive inglês Sherlock Holmes, personagem de Arthur Conan Doyle. Outro personagem que se veste como um autêntico inglês é Richard (Flávio Galvão), proprietário do British Club. Já a vilã Altiva usa casaco de pele em pleno verão. 
Além de “Oxente, My God”, Altiva consagrou expressões como “Well!” e “Tudo all right”. Outros personagens também produziam pérolas linguísticas. Pitágoras, que tinha uma paixão platônica por Altiva e era cúmplice dela em golpes, vivia lançando “Excuse, pardon me, sorry, com licença”. Já o marido de Maria Altiva, Pedro Afonso, usava “Minhas apologias” para se desculpar por qualquer coisa.
Entrevista com Eva Wilma:
Quais são suas principais lembranças de ‘A Indomada’?
A gente se divertiu tanto nesse trabalho! Estou muito feliz que vai entrar no Globoplay. Eu sempre me baseio muito no texto para fazer meus personagens e a Maria Altiva era muito divertida, irônica. Não gosto de fazer vilões mal-humorados. Acho que o vilão tem sempre uma característica que é o prazer da raiva. São personagens que têm muitos conflitos e colocam isso para fora. Com humor, então, é melhor ainda. 
As expressões da personagem caíram na boca do público. ‘Oxente, my God”, “Well” “Tudo all right” . Como foi incorporar esses bordões e a repercussão nas ruas?
Eu me diverti muito! Na época, tinha uma jornalista de Recife que me deu a dica do “Thank you very much, viu bichinho”. Foi ela que trouxe isso. Eu falei com Aguinaldo, ele aprovou. Tínhamos um diálogo infinito e esse prazer de inventar em cima. O público ainda fala comigo sobre a Altiva. Dentre tantas novelas e trabalhos, foi um grande destaque. O mais gratificante de tudo foi a reação do público, que, aliás, não ficou com raiva da Altiva. 
Tem alguma cena que ficou marcada na memória?
Sim, uma fantástica! Depois de uma briga da Altiva com o Pedro Afonso, que era interpretado pelo Claudio Marzo, propus que ela saísse de casa com chapéu, luva e uma sombrinha. Ela sai assim, não consegue encontrar uma hospedagem e vai parar no banco da praça. Ela adormece e alguém leva uma quentinha. Mas ela está tão cansada que vem um cachorro, sobe nela e come toda a comida. Eu me diverti demais na gravação. Essa cena foi inesquecível para mim e para o público. 
Entrevista com Ary Fontoura:
Quais são suas principais lembranças de ‘A Indomada’?
Eu me recordo que foi uma novela muito prazerosa e que o texto era recheado de humor. Os capítulos eram muito aguardados porque era uma diversão só. Foi muito gratificante, especialmente para mim e Eva, que fazíamos uma dobradinha. 
Pode falar sobre essa dupla que ficou eternizada, Pitágoras e Altiva?
Quando o Pitágoras e a Altiva estavam em cena era muito interessante porque havia um jogo de sedução. Ao mesmo tempo em que ele fazia de tudo para conseguir vantagens inimagináveis para ela, ela prometia várias coisas que nunca aconteciam. As cenas com a família do Pitágoras, quando ele se mostrava sem defeitos e dando conselhos para a filha, eram engraçadas.  Como a novela tinha essa questão com a cultura inglesa, quando me viam de carro me abordavam “abandonou a mão inglesa?”. Eu me divirto muito com o público.
O que ‘A Indomada’ representa na sua carreira?
Cada trabalho que faço me acrescenta e enriquece, assim foi ‘A indomada’. Um trabalho muito gratificante e que me deu muito orgulho. 

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