Divulgação Globo |
Em um mergulho na história de Karol Conká antes, durante e depois do ‘BBB 21’, o documentário 'A Vida Depois do Tombo' busca mostrar, ao longo de quatro episódios, se há alguma explicação para que, em 30 dias, a cantora tenha se tornado uma das maiores “vilãs” do Brasil. O original Globoplay, que estreia nesta quinta-feira, dia 29, revela momentos de sua infância em Curitiba com a família, a adolescência conturbada, o começo de sua carreira artística com a chegada do filho e a consagração como um dos maiores nomes do rap feminino no Brasil. E ainda traz descobertas e depoimentos de amigos, parentes e colegas de profissão.
A série documental coloca a cantora cara a cara com momentos dramáticos de sua passagem pelo reality, propondo um convite ao reencontro com ex-participantes que marcaram a sua trajetória no programa para um acerto de contas, agora fora da “casa”. No caminho, Karol Conká tem a oportunidade de adentrar novamente na experiência do ‘Big Brother Brasil’. E precisa tomar a decisão de seguir em frente ou abrir a memória para voltar a situações que ficaram mal resolvidas lá dentro.
Com direção geral de Patricia Carvalho, a equipe de ‘A Vida Depois do Tombo’, formada por Valéria Almeida (repórter e apresentadora do Bem-estar) e Patricia Cupello (uma das diretoras do programa Encontro com Fátima Bernardes), acompanhou intimamente a nova vida da cantora por mais 20 dias, após a sua saída do reality. Em plena pandemia, e seguindo todos os protocolos de segurança contra o Covid-19, o documentário mostra os bastidores da retomada de seus projetos profissionais e pessoais, além dos conflitos decorrentes de sua participação no programa.
“Para mim, pessoalmente, é uma oportunidade muito interessante de falar sobre a cultura do cancelamento, sobre o ‘efeito manada’: a vibração de todo mundo odiar alguém ao mesmo tempo. O que move isso? Que emoções são essas? O que temos em nós que nos faz desejar tão mal a uma pessoa ao ponto de ser até mais malvada que a própria pessoa que estamos condenando?”, questiona Patricia Carvalho. Por outro lado, para Patricia Cupello, o documentário também ressalta outras questões: “Ele mostra como não cuidar das nossas dores pode nos trazer sequelas, problemas no futuro. E como não acessar isso no momento certo vai trazer traumas e fazer com que a gente fique desestabilizado”, observa.
“Um documentário não existe para passar pano em uma personalidade, nem para cancelá-la definitivamente. A gente faz documentário para jogar luz sobre a realidade, deixando os personagens se expressarem com voz própria, para que o espectador tire suas próprias conclusões”, avalia Mariano Boni, diretor de gênero de variedades da Globo. Em sua visão, essa é a beleza do formato: “Permite documentar as várias versões, com o olhar de uma equipe que entrou de cabeça no furacão da vida da Karol depois do BBB".
Por meio de uma extensa pesquisa sobre a vida da artista, o projeto explora não apenas imagens e conteúdos do ‘Big Brother’, mas também resgata todo o acervo de Karol Conká, trazendo memórias de shows, turnês por outros países, participações em outros programas de televisão e entrevistas com mais de 20 pessoas de seu convívio, que ajudam a entender a complexidade de sua personalidade. A série documental revela, ainda, o processo de composição de sua primeira música após o BBB. Cada um dos episódios segue esse percurso tendo em paralelo a participação de Karol no ‘BBB 21’.
‘A Vida Depois do Tombo’ é um documentário original Globoplay, realizado pelo núcleo de Mariano Boni, diretor de gênero de variedades da Globo. A obra tem supervisão artística de Rafael Dragaud, direção geral de Patricia Carvalho, direção de Patricia Cupello, e roteiro de Valéria Almeida e Malu Vergueiro.
Uma reviravolta acompanhada em tempo real pelo público ou uma (re)descoberta pessoal em rede nacional? A exposição em um reality show de confinamento trouxe muitos dilemas para a vida de Karol Conká. Nascida na periferia de Curitiba, no Paraná, a cantora de 35 anos, em um mês de participação no ‘Big Brother Brasil 21’, revelou uma personalidade controversa, que hoje a própria Karoline busca compreender. Tão comentada dentro do reality, a cultura do cancelamento atingiu em cheio a artista, eliminada com o maior índice de votação popular da história do ‘Big Brother’ – 99,17%. As críticas a seu comportamento e até ameaças a familiares foram algumas das situações com que a rapper teve que lidar após sua saída. E, na entrevista a seguir, Karol Conká fala sobre o documentário.
O que você espera do documentário?
Karol Conká : Espero que ele mostre minha trajetória enquanto artista e indivíduo, as dificuldades e glórias que já vivi, a intensidade da responsabilidade de se manter sempre forte, e minha disposição para aprender com os meus erros.
Por que acha que as pessoas terão interesse em acompanhar ‘A Vida Depois do Tombo’?
Karol Conká : Acho que por curiosidade de saber um pouco mais sobre minha história e entender os motivos que me levaram ao estado emocional mostrado no reality.
Em que momento você conseguiu ter dimensão de todo o impacto da sua trajetória no Big Brother aqui fora?
Karol Conká : Demorou alguns dias para ter a dimensão de tudo, e ainda estou absorvendo muito do que aconteceu lá dentro. Ao assistir as imagens da minha passagem pela casa, me senti assustada e muito decepcionada com as minhas próprias atitudes.
O que mudou da Karol antes do BBB para Karol de hoje?
Karol Conká : Hoje dou mais valor à questão da minha saúde mental e tenho trabalhado na cura dos meus traumas. Hoje estou dissolvendo camadas mais ásperas da minha personalidade e entendendo que existem maneiras mais leves de lidar com uma situação que me faça sentir insegura ou ameaçada.
Para você, qual é a importância desse documentário?
Karol Conká : O documentário é uma grande oportunidade, em tempos de cancelamento, de relembrar às pessoas que somos muito mais complexos e multifacetados do que um personagem de reality show.
Você compôs outras músicas depois da saída do BBB? Como foi esse novo processo criativo?
Karol Conká : Sim, terminei de compor meu próximo álbum, que já havia começado antes de entrar no programa. Recebi o produtor musical RDD no meu estúdio durante 2 semanas e focamos no que minha intuição pedia no momento. O processo foi leve e divertido e contou com a presença do Dj Hadji, que há anos me acompanha nos meus shows.
Como e quando serão lançadas essa(s) música(s)?
Karol Conká : Pretendo lançar um Single antes do álbum, que pode ser lançado ainda esse ano
Quais são seus planos daqui pra frente?
Karol Conká : Me cuidar, transformar experiências em aprendizados, e aprendizados em arte.