Em 'Ilha de Ferro', as relações de amor e ódio dentro e fora da plataforma

Divulgação Globo/João Miguel Júnior

Dante (Cauã Reymond) é engenheiro de petróleo e coordenador de produção da PLT-137. No primeiro episódio de ‘Ilha de Ferro’, ele ocupa o mais alto posto hierárquico, já que a equipe se encontra sem gerente de plataforma, vaga para a qual é o candidato natural. Seus colegas já o consideram o grande chefe daquele ambiente.

Após 14 dias embarcado, Dante volta para casa com seu irmão, Bruno (Klebber Toledo), piloto do helicóptero que leva e traz os petroleiros da plataforma. Desde que os dois se viram sozinhos no mundo, Dante tem ajudado o irmão. Bruno, contudo, só se sente inferiorizado ante a postura paternal do irmão mais velho.

Quando chega em casa, Dante é recebido pela mulher, Leona (Sophie Charlotte), estudante de Direito que tem uma personalidade completamente confusa. Não bastasse o caos que Leona é para si mesma, ela joga uma bomba no colo do marido ao revelar, numa crise de angústia, que está tendo um caso com Bruno. Incrédulo, Dante vai atrás do irmão e invade o helicóptero de Bruno, que está pronto para levantar voo. Os dois iniciam uma discussão e a aeronave perde o controle, caindo no mar. Bruno entra em coma e os médicos não conseguem prever se ele voltará à consciência.

Com a vida de cabeça para baixo, o engenheiro sofre outra grande decepção: é surpreendido com a chegada a bordo de Júlia Bravo (Maria Casadevall), nova gerente de plataforma, ocupando o cargo por ele tão almejado.

Uma superprodução que mistura ação, drama, aventura e romance em uma história cheia de adrenalina e emoções inflamáveis. 'Ilha de Ferro' é criada e escrita por Max Mallmann e Adriana Lunardi, com supervisão de Mauro Wilson, e tem direção artística e geral de Afonso Poyart, e direção de Roberta Richard e Guga Sander. A obra, exibida originalmente no Globoplay, vai ao ar na TV Globo a partir do dia 09 de agosto, às segundas e quartas após ‘Império’; às terças depois de ‘The Masked Singer Brasil’; às quintas na sequência de ‘Sob Pressão’; e às sextas após ‘Globo Repórter’.

Divulgação Globo/Raquel Cunha

ENTREVISTA COM SOPHIE CHARLOTTE

Como você define a Leona?
A Leona é uma personagem deslocada do contexto da plataforma de petróleo, e é quase um contraponto a esse mar, a esse isolamento. Ao mesmo tempo, ela compartilha de algumas sensações: ela se isola na própria casa por conta da paixão desmedida que tem pelo Dante. Toda a vida da Leona é muito construída em volta desse amor. Logo no começo da série, já tem uma quebra muito grande desse pilar.

Como você analisa a Leona em relação aos relacionamentos que ela vive?
Ela é uma personagem muito autodestrutiva, porque a intensidade faz com que ela perca o foco e a razão. A Leona vive numa lógica própria, se guiando por conta do desejo pelo Dante. Enquanto ele está embarcado na plataforma e ela sozinha em casa, ela acaba metendo os pés pelas mãos cada vez mais. Ela é muito passional, coloca o coração antes da razão e da ética. A Leona se destrói para atingir o outro.

Fale sobre o triângulo Leona, Dante e Bruno.
Ao mesmo tempo em que eu entendi a relação da Leona com o Dante como o foco dela de paixão, de amor e de dedicação, a figura do Bruno atravessa essa história. Por meio do Bruno, a Leona tenta atingir o Dante. Ela só tem olhos para o marido, mas, nessas duas semanas em que ele vai para a plataforma e ela fica cheia de inseguranças e questões, o Bruno, que está sempre perto, acaba ocupando esse lugar. Acho que a questão de atingir o Dante por meio do irmão nem é feita de forma racional, mas passa pela droga, pelo delírio, pelo desespero. São relações muito complexas.

Como você avalia o trabalho na série?
Foi um grande desafio para mim porque é uma personagem muito forte, muito contraditória, com uma ética e uma lógica muito diferentes de tudo o que eu já tinha feito, mas eu me joguei de cabeça. Foi muito bom.

ENTREVISTA COM KLEBBER TOLEDO

Como você define o Bruno?
O Bruno é um personagem intenso, que adquire uma frieza, uma inconsequência pela vida dos outros, e isso é bem forte na série. Ele sempre quis uma família diferente da que ele teve, um irmão diferente, uma mulher que ele amasse e que o amasse também, mas nada disso existe na vida dele. Acho que o Bruno está em busca de um alívio, de um sopro de vida que ele nunca vai encontrar, porque o buraco está muito dentro dele.

Como você vê a relação do Bruno com o Dante?
Acho que o Dante, como irmão mais velho, ao invés de ser um amigo ou um irmão de verdade, sempre tratou o Bruno como um filho, sempre corrigindo tudo o que ele fazia. Acredito que o Bruno foi alimentando a dor de inúmeras perdas ao longo da vida, e a principal foi “perder” esse irmão, que sempre quis ser o herói, o bem visto, enquanto o Bruno estava ali também tentando ser o melhor, mas nunca fazendo o suficiente.

Para você, que tipo de sentimento o Bruno tem pela Leona?
O que o Bruno sente pela Leona é amor, sem dúvida. Os dois têm uma cumplicidade de amigos e se dão muito bem. Ele vai fazer de tudo para ficar com essa mulher do jeito que ele idealizou na cabeça dele.

Você acha que o Bruno é capaz de tudo para conseguir o que quer?
Eu tenho certeza de que o Bruno é capaz de tudo. Ele jura que tem o controle do que está fazendo e sempre acha que está a um passo à frente dos outros. É um cara que tem um objetivo e, se esse objetivo não for conquistado, ele vai resolver o que for necessário para conseguir. E vai até o fim, mesmo que tudo dê errado.

Anderson Ramos

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