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Dos muitos tipos de programas que os streamings oferecem, há um que vem crescendo em popularidade e ganhando inúmeros títulos. São os documentários, incluindo aqui as séries documentais.
Uma das vantagens que o streaming tem sobre a TV convencional é a capacidade de analisar as preferências dos assinantes e perceber rapidamente que tipo de programa o público quer ver. Então, se estão surgindo tantos documentários, é porque sabe-se que há demanda.
Ainda assim, em um mundo que caminha rumo ao metaverso, parece um contrassenso que haja tanto público para assistir a uma história que, por definição, é um relato da realidade e por isso surge a dúvida sobre quais são os principais encantos que os documentários têm despertado.
Os diversos encantos dos documentários
Existem vários motivos para o sucesso desse gênero de produções. O primeiro é que um documentário deixa quase sempre explícito aquilo que o espectador vai encontrar. Em meio a miríade de opções que as plataformas oferecem, essa familiaridade é reconfortante. Mais ainda se for algo pelo qual se tem interesse, curiosidade ou carinho.
Os documentários também são uma forma factual, e ainda assim cativante, de abordar temas específicos de uma forma ampla. Uma lista de documentários de música no Netflix traz opções que mostram as carreiras de artistas como Lady Gaga, Taylor Swift, Emicida e Nina Simone, entre outros. Há até mesmo um documentário sobre a vida de Bob Dylan dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese (Rolling Thunder Review).
Já o documentário “A Casa Real de Windsor” mostra os bastidores da realeza mais famosa do mundo, outro tema interessante que também tem sua própria lista de títulos. Vale mencionar que até mesmo o famoso jogo de poker tem uma lista de documentários como “One of a Kind: the rise and fall of Stu Ungar”, que conta a história da carreira do grande jogador Stu Ungar, e “All in – The Poker Movie” que fala sobre diversos momentos importantes do esporte das cartas e conta com aparições de gente famosa como Matt Damon e Kenny Rogers.
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Diversos caminhos possíveis para um documentário
Depois que o assunto despertou a atenção, o documentário pode ir por três caminhos, todos igualmente satisfatórios para a audiência. No primeiro, há um fato emocionante, conhecido por todos, e o documentário conta como o herói chegou até aquele momento épico.
Em “The Nagano Tapes” sabe-se desde o início que há um triunfo histórico – a improvável vitória da seleção de hóquei no gelo da República Tcheca nas Olimpíadas de Inverno de 98. Mas o programa vai construindo uma crescente de tensão, através de uma mescla de filmes da época com depoimentos de jogadores e torcedores. Quando os tchecos finalmente vencem, a plateia no sofá participa da festa, mesmo passados mais de duas décadas do fato.
Um segundo caminho possível é acrescentar novas informações a um evento já conhecido. A série documental do Netflix “Filmes que marcaram época” relata histórias curiosas dos bastidores de obras cinematográficas consagradas.
Um dos principais exemplos é o fato de Michael J. Fox não ter sido a primeira opção para interpretar o viajante do tempo Marty McFly em “De volta para o Futuro”, algo que é apenas uma das muitas curiosidades da produção. Outro fato interessante revelado pela série é relacionado as inúmeras candidatas famosas que disputaram o principal papel em “Uma linda mulher” que, como sabemos, lançou a então desconhecida Julia Roberts ao estrelato.
Esse tipo de conteúdo permite que o espectador reviva as boas memórias do filme, ao mesmo tempo em que acrescenta fatos novos a ela e, assim, crie uma agradável e turbinada lembrança.
Por fim, há os títulos que abordam temas incomuns e, justamente pelo caráter realista do documentário, despertam a curiosidade. “Tiger King” é um bom exemplo, com uma história que mistura bizarrices com diversas reviravoltas que, no campo da ficção, poderia soar forçado. Mas por ser um documentário, ganha uma outra dimensão, surpreendendo e divertindo as pessoas por sua inusitada veracidade.
Documentários proporcionam um tipo único de conexão
Talvez o que encante tanto as pessoas seja justamente o lado verdadeiro dos documentários, e a ligação que eles trazem com algo que é real, palpável. Em um mundo moderno cada vez mais virtual, no qual bots atendem em chats, os documentários, de alguma forma, nos reconectam com nosso lado humano.