Confira a entrevista com o eliminado do BBB 23: Fred Nicácio

Divulgação Globo/João Cotta

Fred Nicácio começou a disputa em um paredão às avessas. Escolhido para ir ao quarto secreto com Marília sob o perigo de deixar a competição, ganhou um voto de confiança do público para voltar ao jogo. E não passou despercebido: chegou à casa levando informações que intrigaram os confinados, mudaram rumos e percepções sobre o game e renderam conflitos que acabaram fazendo dele o participante mais votado pelos competidores nas formações de paredão. Mas nem só de movimentos arriscados foi sua trajetória: o médico serviu um sem número de memes com os conselhos dados a seus amigos de 'BBB 23', trouxe à tona assuntos importantes para a sociedade e acredita ter cumprido sua missão no programa. “A estratégia de jogar informações na intenção de dissipar um pouco essa coisa de grupo foi a única que eu consegui traçar em tão pouco tempo. Se foi a mais acertada eu não sei dizer, mas não consigo pensar em outra. Como eu falo, informação é poder. Acho que o que eu fiz trouxe uma movimentação para a casa que intrigou a tudo e a todos”, avalia.
 
Na entrevista a seguir, o médico – que deixou o ‘Big Brother Brasil’ com 62,94% dos votos – especula as razões que o eliminaram em seu quarto paredão, revela decepções com Key Alves e Gustavo, dá opinião sobre aliados e conta se teve algum arrependimento no reality show.
 
Como você caracteriza seu jogo no ‘BBB 23’?
Foi um jogo que começou com muita emoção e, depois de voltar do quarto secreto, eu volto buscando mais equilíbrio entre razão e emoção. Eu fui buscando isso todos os dias incansavelmente. Estar equilibrado é diferente de buscar o equilíbrio. Mas eu fui em busca do equilíbrio entre razão e emoção porque o Fred, aqui fora, é muito mais emoção do que razão. Só que para sobreviver a esse jogo é necessário diminuir um pouco aquilo que é excessivo e aumentar um pouco aquilo que falta. E, no meu caso, foi tentar aumentar um pouco a minha racionalidade e diminuir um pouco a coisa da emoção, de ser tão visceral em quase todos os momentos.
 
Qual você considera ter sido seu ponto alto no confinamento? 
Eu fui para o BBB com uma missão muito maior do que eu, que era a de trazer representatividade. Acho que isso eu trouxe do começo ao fim. Eu representei muitas pessoas iguais a mim e diferentes de mim, que precisavam de um ponto de referência, de um norte; que buscavam olhar para poder se inspirar e, a partir dessa inspiração, trazer novas narrativas para suas próprias vidas. Porque quando você vê alguém, você sabe que é possível. Exemplos falam mais do que palavras e são muito importantes para as pessoas conseguirem rumar novos caminhos. É você ver o doutor preto e falar: “Nossa, é possível porque ele está lá, porque ele existe”. Quando você não vê, não tem como querer ser também. Essa missão foi o meu ponto alto e foi uma missão cumprida.
 
Este foi o seu quarto paredão. Por que acha que foi eliminado agora? 
Eu acho que fui em um paredão que não era para ter ido. Depois de ver tantas coisas em tão pouco tempo, desde que saí da casa, chego a essa conclusão. Por exemplo, eu torci para que a Key Alves ganhasse a prova bate e volta. Talvez se o Sapato [Antonio “Cara de Sapato” Jr. tivesse ganhado e tivéssemos ido eu, a Key e o Cezar para o paredão, a Key saísse por todas as articulações, mentiras e armações que ela fez por trás de mim, traindo a minha confiança, minha amizade e minha lealdade a ela e ao Cowboy [Gustavo]. Então, acho que eu saí porque entrei em um paredão que era muito difícil, de um embate que estava levando muito tempo. Foi o paredão errado, na verdade. Se fosse Key, eu e mais alguém, acho que eu teria grandes chances de ficar. 
 
Que motivos enxerga para ter sido um dos principais alvos de voto da casa nas últimas semanas? Como foi lidar com isso no programa? 
Ah, figurinha premiada brilha no escuro, né? E prego que se destaca leva martelada. Desde o primeiro paredão, o primeiro monstro, sempre fui eu porque eu me posiciono mesmo. Não deixo quieto, falo o que eu preciso falar, o que eu acho que tenho que falar; me calo quando vejo que tenho a necessidade de refletir um pouco mais. Mas as pessoas que se posicionam elas agradam e são odiadas ao mesmo tempo. As pessoas que gostavam de mim, gostavam por eu ser quem eu sou. E as que não gostavam, era pelo mesmo motivo. Então, como as pessoas lá me consideravam um grande jogador, uma personalidade com potencial para ganhar o programa, essa perseguição aconteceu desde a primeira semana por eles perceberem que isso atrapalharia todo mundo quanto mais tempo eu ficasse lá dentro. Tanto que, até eu sair, fui o campeão de votos da casa.
 
Logo no início da temporada, dois grandes grupos se formaram no jogo. Você acredita que estava do lado “certo” da história do ‘BBB 23’?
Na minha percepção, até onde eu conseguia ler as pessoas e acreditar no que eu conseguia acreditar, eu lutei ao lado de algumas pessoas certas e de outras que não foram tão certas porque elas não cumpriram com a parte delas, como o Cristian, que traiu, a Key, que traiu, e o Cowboy, que traiu. Eu fiz a minha parte de confiar no que eles me diziam e de ser leal naquilo que eu falava. Agora, o que eles fazem com essa confiança que eu deposito neles é uma questão deles. Eu acho que eu estava do lado certo porque escolhi um lado por questões até geográficas, mas de qualquer maneira estive sempre fiel e leal a ele. 
 
O grupo do quarto do Fundo do Mar acabou se dissolvendo conforme o andamento da competição, mas vocês insistiram em mantê-lo de alguma maneira até agora. Acha que ainda era possível confiar nos integrantes do grupo?  
Confesso que, desde a segunda liderança do Gustavo, eu senti a Key e o Gustavo diferentes comigo. Eles mudaram seus comportamentos, a forma de falar, a forma de brincar. Eu pensei que fosse qualquer coisa da minha cabeça ou algum dia de chateação deles. Mas eles começaram a ficar mais secos, mais ríspidos. Era uma sensibilidade minha, só que eu continuei confiando neles e ignorei a minha intuição. E, saindo do jogo, eu vejo que a minha intuição estava certa e eu deveria tê-la seguido. Era o que eu sentia sobre eles. Mas sentir, lá dentro, não é o suficiente. Você precisa ter ações, provas, informações. Como eu falei lá dentro, informação é poder, e eu não tinha informações como eu tenho agora, por exemplo.
 
Diante das informações que você já teve aqui de fora, houve alguma decepção em relação a algum participante? 
Do que eu vi até agora, teve uma decepção com a Key e com o Gustavo, que eram pessoas que, apesar de eu estar sentindo que estavam diferentes comigo, eu não imaginava que era nessa gravidade. O Cristian não foi uma decepção, foi uma descoberta de algo que eu já estava percebendo há algum tempo, uma confirmação de indícios, porque não existe crime perfeito, ele ia deixando rastros onde fazia alguma coisa. Eu fui catando esses rastros e tentei fazer o contragolpe do grupo votar nele. Mas, agora entendendo que a Key e o Cowboy estavam praticamente fazendo as mesmas coisas que ele, eu entendo por que eles não quiseram. Acho que a Aline não me decepcionou, mas fez um papel feio no meio disso tudo. Ela ficou naquele lugar de não chove nem molha, não é barro, mas também não é tijolo... Ela tentava agir de uma maneira comigo, mas fazia diferente, sempre votou em mim mesmo eu não tendo votado nela, permitiu um ouvido passivo para questões que iam me prejudicar no jogo.
 
As informações que você trouxe do quarto secreto geraram alguns embates diretos seus com outros competidores ou entre outros jogadores. Você acha que o saldo da passagem pelo quarto secreto foi positivo ou negativo para o seu desempenho no programa? 
Foi superpositivo! Se não fosse isso, o BBB iria girar em torno de quê? Eu que movimentei esse babado todo! Depois que eu voltei de lá que as coisas começaram a acontecer. Foi maravilhoso (risos).
 
A história envolvendo Bruna Griphao, Cara de Sapato e Amanda foi a mais longeva. Como avalia esse episódio? Acredita ter agido da maneira mais estratégica naquele momento em que tinha informações privilegiadas? 
A estratégia de jogar essa informação na intenção de dissipar um pouco essa coisa de grupo foi a única que eu consegui traçar em tão pouco tempo. Se foi a mais acertada eu não sei dizer, mas não consigo pensar em outra. Como eu falo, informação é poder. Então, eu preferi reter a informação e deixar eles confusos do que falar tudo e eles conseguirem se articular e diminuir o que eu tinha falado. Porque é assim que as coisas funcionam: se eles sabem o que eu sei, eles conseguem elaborar uma desculpa forte o suficiente para dizer que “não foi tanta coisa assim”. Acho que o que eu fiz trouxe uma movimentação para a casa que intrigou a tudo e a todos. 
 
Você descartou a ideia de formar aliança com a Aline Wirley, chegou a declará-la como um dos seus alvos, mas mais recentemente vocês trocaram muito sobre suas dificuldades do confinamento. Acha que ela poderia ter sido uma aliada importante? 
Sim. Inclusive em alguns momentos eu convidei a Aline para conversar e jogar comigo. Logo quando ela não foi escolhida para o Vip da Bruna Griphao e da Larissa, na primeira semana, eu fiz esse convite. Ela falou que iria pensar, mas depois disse que não. Quando eu voltei do quarto secreto ela tentou se aproximar de mim e esse convite ficou em aberto, e ela mais uma vez decidiu jogar com quem já estava jogando porque falou que havia criado afetos em lugares diferentes do meu. E a relação de afeto que eu tenho com a Aline transcendeu esse lugar de jogo, assim como com a Tina. A gente falava sobre diversas outras coisas que eram relevantes para mim, sobre racialidade, sobre afeto preto, sobre coisas que são importantes e que faziam parte da minha missão lá, que era unificar e trazer essa pauta sempre em alta. A partir disso, a gente acabou tendo, sim, uma conexão que foi para além do jogo. Mas, era só essa conexão. Dentro do jogo, Aline e eu nunca tivemos chance de conexão e de jogar juntos porque ela escolheu estar com outras pessoas, e eu também.
 
Seus diálogos com outros participantes, conselhos e algumas reações viralizaram nas redes sociais. Imaginava que isso pudesse estar sendo visto dessa maneira aqui fora ou foi uma surpresa quando descobriu que o público achou graça e fez memes desses episódios? 
Foi uma grande e grata surpresa saber que eu sou colocado pelo público como um protagonista dessa edição. Ontem o Trending Topic do Twitter sobre a minha saída era “protagonista”. Então, olha que incrível saber que, mesmo não tendo ganhado liderança, não tendo ganhado anjo, eu comecei com uma trajetória um pouco difícil e depois fui sendo visto como realmente sou, e me tornei um protagonista desse espetáculo que é o BBB. Ver tantos memes legais, engraçados, divertidos, que agregam e acalentam o coração das pessoas com mensagens muito positivas – embora a “good vibes” seja a Domi [Domitila Barros] (risos) –, ser fonte de transmissão de algo do bem e que alegra as pessoas, para mim, é muito gratificante.
 
Quem você elegeria como os participantes mais leais ao seu jogo? 
A Domitila. Até agora, do que eu pude ver e sentir, foi ela. Não vou nem falar de outros porque eu ainda preciso ver muitas coisas. Por exemplo, eu me surpreendi muito com o comportamento da Key e do Gustavo. Por isso, por enquanto, só posso falar Domitila mesmo.
 
Quais amigos você traz para fora do game? 
Domitila, Sarah Aline, Gabriel Santana, Marvvila... E acho que só, viu? Porque reduziu uma galera (risos). Tinha uma lista um pouquinho maior, mas está diminuindo, tá brabo! (risos).
 
Se arrepende de algo que fez ou deixou de fazer no ‘BBB 23’? 
Me arrependo de não ter seguido a minha intuição quando ela apitou. Mas, como lá dentro tem muita interferência, eu acho que eu relevo isso e vou me perdoar com muita facilidade porque segui a minha intuição dentro daquilo que eu consegui perceber. E sobre aquilo que era turbulento, nebuloso, eu vou me desculpar porque não deu para entender o que a minha intuição estava falando no momento.
 
Quem você quer que ganhe o ‘BBB 23’?
Desde o primeiro jogo da discórdia, quando tinha o pódio e as duas bombas, eu puxei para o pódio a Domitila. E eu vou permanecer nesse lugar porque ela é uma jogadora que joga com o coração, assim como eu, mas também tem bastante racionalidade. A vivência dela é muito parecida com a minha. Acho que ela merece muito o primeiro lugar e espero que ela chegue lá.
 
Quais são seus planos daqui para frente? Pretende seguir atuando na Medicina ou quer se dedicar mais à carreira artística? 
Quero continuar investindo na minha carreira como apresentador e como médico dentro do audiovisual, que foi o lugar onde eu consegui juntar essas minhas duas grandes paixões, duas grandes vocações. É um lugar onde eu me realizei muito, onde eu consigo fazer acolhimento, trazer informação e abranger isso de uma maneira que somente o audiovisual consegue trazer para mim.
 
E no gshow tem mais Fred Nicácio. O ex-brother estará no ‘Mesacast BBB’ desta semana. Patrícia Ramos e Jeska Grecco conduzem o papo para saber como foram os primeiros dias do eliminado da semana fora do jogo. A transmissão acontece nesta sexta, às 12h, ao vivo no gshow e no Globoplay. E a versão on demand desse episódio do ‘BBB Tá On’ vai ficar disponível no gshow e nas plataformas de áudio para o público rever e ouvir quando quiser.

O ‘BBB 23’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após ‘Travessia’, e domingos, após o ‘Fantástico’.
 
Além da exibição diária na TV Globo, o BBB 23 pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 11 câmeras ao vivo, um mosaico com sinais simultâneos, dispõe do programa na íntegra, edições do ‘Click BBB’ e o ‘Bate-papo BBB’. Todos os dias, após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo da casa, flashes ao longo do dia e o ‘BBB – A Eliminação’, exibido às quartas, às 20h. No gshow, além de votar e decidir quem sai do jogo, o público pode acompanhar conteúdos exclusivos, como o ‘Bate-Papo BBB’, a ‘Live do Líder’ e resumos do que de melhor acontece na casa.

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