Foto: Divulgação TV Brasil |
A nova edição do programa literário Trilha de Letras destaca a entrevista inédita da advogada, psicanalista, tradutora, poeta e escritora gaúcha Eliane Marques para a apresentadora Eliana Alves Cruz nesta quarta (19), às 23h. O bate-papo exclusivo vai ao ar na TV Brasil e tem uma versão na Rádio MEC no mesmo dia e horário.
Autora com trajetória consolidada na poesia e na tradução, a convidada parte para o desafio de uma narrativa longa com o romance "Louças de Família", publicação lançada em 2023 e já aclamada pela crítica. No encontro, ela lê um trecho do livro inspirado a partir de histórias de sua ancestralidade.
O Trilha de Letras também fica disponível em formato podcast nas plataformas digitais. A produção gravada na BiblioMaison também está acessível no app TV Brasil Play e no canal do YouTube da emissora pública.
No quadro "Dando a Letra", espaço com dicas de livros, o booktuber Patrick Torres sugere o romance "O Escravo", obra assinada por Carolina Maria de Jesus. A edição lançada no ano passado tem como uma das curadoras Conceição Evaristo e busca preservar o texto original conforme escrito pela autora brasileira.
Trama do primeiro romance e trajetória de vida
O enredo da obra "Louças de Família" acompanha Cuandu, uma jovem negra que vive na fronteira do Brasil com o Uruguai, terra natal da entrevistada do programa Trilha de Letras. A protagonista da história toma para si a tarefa de resolver as pendências da vida da tia Eluma, recentemente falecida.
Natural da fronteira entre os países da América do Sul, Eliane Marques é enfática desde o início do papo com a quase xará Eliana Alves Cruz. "As mulheres negras estão na vanguarda de vários movimentos. Um deles é o literário", define a convidada.
Durante a trama, o leitor descobre que a tia da personagem principal trabalhou como empregada doméstica a vida toda. Apesar disso, no momento da morte, não há dinheiro sequer para pagar o enterro e as flores. A situação serve de mote para uma série de reflexões sobre diversos temas que a autora aprofunda na conversa com a anfitriã.
A realidade da tia, o desaparecimento da mãe dentro de um casamento e o pai violento foram sinais para a própria Cuandu, que viu na educação uma forma de escapar de seguir a mesma sina das mulheres da família. As questões pautam debate sobre o trabalho doméstico no Brasil e o que sobra como herança quando uma mulher negra morre.
Com bagagem na advocacia e na psicanálise, Eliane Marques também abre o coração para recordar a trajetória de vida e a carreira profissional. "Neste momento eu gostaria de ser apenas escritora", pondera a premiada autora de diversas publicações reconhecidas de poesia e elogiadas na tradução.
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