Rico Dalasam conversa sobre rap no Estação Plural desta quarta na TV Brasil

(Imagem/Divulgação TV Brasil)
O Estação Plural de quarta-feira, dia 3, traz uma entrevista com o cantor Rico Dalasam, primeiro e único rapper abertamente gay da cena musical brasileira. No bate-papo com o trio de apresentadores Ellen Oléria, Fefito e Mel Gonçalves, Rico fala sobre solidão, xenofobia e bissexualidade. Estação Plural vai ao ar às 22h15, na TV Brasil

 Rico Dalasam,  nome artístico de Jefferson Ricardo da Silva, é do mundo do hip hop, onde os papéis masculinos e femininos costumam ser bem definidos, Mas ele ousou declarar e cantar sua homossexualidade. Sua música diz “boy, vim para ser seu man”, fala de rolê de busão e de encontros no Terminal Butantã.

 “"É ousado e a gente sofre resistências, mas ao mesmo tempo abre e percorre caminhos que ainda são inéditos. É mágico perceber que você está fazendo coisas que nunca foram feitas antes. Isso só me impulsiona a continuar. Penso mais no que é combustível do que nos percalços”, diz Rico sobre o reconhecimento de sua sexualidade.

As batalhas de MCs do metrô Santa Cruz fazem parte da trajetória de Rico Dalasam. Ele recorda o período em que convivia bastante com rappers como Projota, Emicida e Rashid. "O hip hop me ajudou a me defender da vida", afirma.

Durante a entrevista, ele admite que sabe como é se sentir um peixe fora d’água. O artista rememora a infância quando era um menino pobre e negro com bolsa de estudos em uma escola particular. Também sentiu-se assim ao se assumir gay no rap.

"Acho que ser negro, dentro da nossa cultura, ainda tem um peso muito maior. Antes mesmo das pessoas terem uma percepção sobre sua sexualidade, elas já têm a percepção da construção sobre raça. E, na maioria das vezes, é de excluir, um olhar que remete ao marginal, uma leitura marginal à existência do jovem negro", argumenta o cantor. 

No programa, a transexual Renata Santos, uma das estudantes do programa Transcidadania, que tirou 200 pessoas trans da prostituição e as levou de volta para a escola, conta como se sentiu sozinha quando começou a fazer a transição e sofreu bullying dos colegas no Ceará.

O Estação Plural aborda ainda a xenofobia, aversão a tudo o que é estrangeiro. O programa analisa como a crise dos refugiados e os ataques terroristas na Europa estão colaborando para a xenofobia, com auxílio do discurso discriminatório de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos. Rico Dalasam e os apresentadores refletem se no Brasil, um país multicultural, também se pratica a xenofobia.

No último bloco, o assunto é bissexualidade e o preconceito que os bis encontram para declarar sua sexualidade na própria comunidade LGBT. O trio de apresentadores e Rico Dalasam comentam que é como se os bis fossem os estrangeiros na terra dos LGBTs. "Acho que o bissexual está mais ligado ao grau de esclarecimento sobre suas vontades e desejos do que ao conflito ou à dúvida", pontua o rapper.

Para o psicoterapeuta Klecius Borges, especialista em relacionamentos LGBTs, a aceitação pode ser um desafio. "A grande dificuldade é que nós vivemos numa sociedade que tende a ver os fenômenos humanos de uma maneira binária, no caso, a orientação sexual apenas com heterossexual e homossexual, mas uma grande maioria de pessoas se move ao longo desse eixo", indica o psicólogo.

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