Ignácio de Loyola Brandão é entrevistado por Roseann Kennedy neste domingo na TV Brasil

FOTO: Divulgação TV Brasil
Autor dos livros "Zero" (1975) e "Não verás país nenhum" (1981), o escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão participa do programa Conversa com Roseann Kennedy que vai ao ar neste domingo de Carnaval (3), às 20, na TV Brasil. O bate-papo envereda pelo universo dos romances, personagens, processo de criação e memórias de um dos grandes nomes da literatura brasileira. 

Entre romances, contos, biografias, histórias infantis e juvenis, Loyola tem mais de 40 obras publicadas no país e algumas traduzidas em quase dez idiomas. Em 2016, recebeu o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL) pelo conjunto da sua obra. Também venceu o Prêmio Jabuti, com os títulos "O Homem que odiava a segunda-feira" (1999) e "O Menino que Vendia Palavras" (2008).

Octogenário, Loyola diz que escrever é uma terapia. Ele faz das recordações e da observação da realidade a sua matéria-prima. "Inspiração não é uma pomba que desce e eu sento e escrevo um poema, nem dá um raio e eu sou iluminado. Inspiração é o olho e o ouvido atentos a tudo em volta. E tudo você vai pondo na cabeça. Inspiração é sequestrar a realidade", afirma o escritor para a jornalista Roseann Kennedy.

As primeiras lições de literatura que marcaram esse paulistano de Araraquara foram recebidas ainda na escola primária. Loyola conta que ele e os colegas eram incentivados pela professora Lourdes a ter sempre à mão uma caderneta, onde deveriam anotar as palavras que não conhecessem e tudo mais que lhes parecesse curioso ou interessante.

Desde então, Loyola carrega um bloco de anotação no bolso da camisa. Um dia desses, contou 5.900 cadernetas guardadas em diferentes lugares da casa. "Fora as que eu perdi" acrescenta o autor.

"A memória não tem uma lógica narrativa" 

Dono de um estilo único, ele conta que não se preocupa com a sequência dos fatos porque "a memória não tem uma lógica narrativa".  Ela "vai e vem e você acaba entendendo" a história, explica. Na entrevista para a TV Brasil, Loyola relembra fatos que marcaram a criação e a publicação de alguns dos seus livros de grande sucesso.

Quando escreveu o romance "O beijo não vem da boca" (1982) "estava tentando entender uma separação" revela. Ao concluir a obra, não encontrava um título adequado. "O título para mim é sempre um problema", assume. Até que um dia ele ouviu a frase que daria nome ao livro de uma antiga namorada. "O beijo é uma espécie de termômetro da relação". Quando vira só um selinho, talvez seja a hora de buscar outra história, propõe.  

Se alguém o chama de nostálgico, Loyola discorda. "Não sou. Eu uso o passado e trabalho com ele, mas eu não quero voltar para aquele momento." Com 82 anos e uma rotina de trabalho que começa às 6h da manhã, o escritor diz que o seu tempo é o agora e rechaça o saudosismo. "Eu odiaria ter vinte anos porque foi uma época de angústia, de ansiedade, eu não sabia o que fazer, no que eu ia trabalhar, não tinha a mínima ideia", afirma.

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