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| Foto: Globo/Gabriel Vaguel |
Direto da Zona Leste de São Paulo para o palco do 'Estrela da Casa', Ruama Feitosa, de 27 anos, levou o sertanejo como marca registrada ao reality musical. Apesar de ter sido a segunda eliminada da competição, na noite de ontem (03), a cantora sai do programa com aprendizados que considera únicos e inesquecíveis. "O que eu aprendi no 'Estrela da Casa' curso nenhum ensina. Então eu vou levar pra vida inteira", resume Ruama, que já está focada em um novo projeto audiovisual previsto para o próximo ano.
Confira a seguir a entrevista completa com Ruama Feitosa.
O que você acha que foi mais especial na sua participação no 'Estrela da Casa'?
Por mais que eu tenha tido pouco tempo lá dentro para mostrar quem eu sou, acho que o mais especial foi ter me entregado de verdade, 100%, sem medo. Fiz conexões com todo mundo. Todos são muito especiais, não só como artistas, mas como pessoas. Não teve ninguém que eu olhasse e pensasse que era uma pessoa má, ruim ou de caráter duvidoso. São pessoas realmente humildes, batalhadoras, que vêm de baixo, assim como eu. Tenho uma admiração recíproca por todos eles. Então, acho que tudo o que vivi lá dentro foi muito especial. Tudo era muito novo, as oficinas foram incríveis, muito aprendizado mesmo. Já repeti essa frase mil vezes e vou repetir de novo: o que vivi lá, faculdade nenhuma ensina. Mesmo tendo sido pouco tempo, fui eu mesma lá dentro. O mais especial foi o conjunto da obra.
Qual foi sua dinâmica preferida?
O momento com o Ivo Meirelles foi muito divertido, na oficina de ritmo. Ele mostrou que era possível fazer música com balde, colher, garfo, lata... Foi muito bom! Teve também uma mentoria com o Michel Teló, em que ele mostrou uma cartinha que escreveu quando saiu do grupo musical, contando como queria que fosse sua carreira dali em diante. Ele leu a carta e se emocionou, e todo mundo chorou junto. Foi muito marcante pra mim, porque não é fácil pra ninguém, né? E olha aonde ele chegou. Se ele conseguiu, todos nós podemos conseguir também, nós, cantores iniciantes e sonhadores.
De qual apresentação sua você mais gostou e por quê?
A que eu mais gostei foi a em que cantei ''Alô Porteiro''. Acho que consegui me soltar mais no palco. Na primeira apresentação, eu estava nervosa porque não sabia como seria tudo. Eu já sabia que o programa tinha tido mudanças, mas não sabia como seria. A música foi “Dois Tristes”, da Simone, que eu amo. Vocalmente fui bem, mas por dentro estava me tremendo muito.
Na segunda, inclusive, o Dinho Ouro Preto, de quem sou muito fã, me elogiou. Falou da minha originalidade, da minha autenticidade, disse que sou uma cantora que não copia ninguém. Me elogiou muito. E eu fiquei pensando: ''Caraca, o Dinho Ouro Preto, cantor de uma das maiores bandas de rock do Brasil, falando tudo isso de uma cantora sertaneja.'' Foi muito especial. E quando saí e vi que ele tinha me elogiado, ficou ainda mais especial. A terceira foi ontem, com ''Flor e o Beija-flor'', do Henrique e Juliano, sugestão da produção. É uma música que eu costumo ouvir, mas não costumava cantar. Me lembrei de momentos com meu pai, que pouco antes de falecer gostava de ouvir essa música. Apesar de ter sido eliminada com ela, tem um valor muito importante pra mim. Foi um momento especial. Tudo o que vivi lá dentro foi incrível, mas minha apresentação preferida foi a segunda, com ''Alô Porteiro''.
Quais aprendizados você está levando do Estrela da Casa para sua carreira?
Muita coisa, viu? Muita coisa mesmo. Como pessoa, principalmente na questão da convivência. Eu moro sozinha e tive que deixar minha família para trás em busca de conquistas, inclusive para eles. Desde muito nova, com 15, 16 anos, eu já tinha essa mentalidade. Como venho de uma família humilde, sempre pensei: “Preciso mudar a realidade da minha família. Preciso conquistar coisas, correr atrás, fazer acontecer." Então, muito cedo, comecei a me virar sozinha. Me acostumei com essa coisa de ser independente. E, de repente, me vi com 13 pessoas completamente diferentes de mim. Acho que esse foi o maior aprendizado: a convivência. Mas também como artista. Ali só tinha artista top. O que aprendi no Estrela da Casa curso nenhum ensina. Vou levar pra vida inteira.
O que faria diferente, se tivesse a chance?
Acho que não mudaria nada. Querendo ou não, teve uma pequena faísca com outra participante que eu admiro muito, acho que ela canta demais, é uma super musicista. Foi a única coisa que me incomodou um pouquinho, porque não tenho nada contra ninguém. E, querendo ou não, ficou um climinha meio chato. Mas dentro de um reality tudo parece maior. Fiquei pensando: ''Será que ela ficou mal? Será que foi desnecessário?'' De resto, foi tudo incrível. Não faria nada diferente, só evitaria essa pequena faísca com a Bia, porque a admiro demais. Como artista, como cantora, como mulher batalhadora. Ela começou bem novinha, tem 25 anos e já tem uma carreira longa.
Por mais que tenha sido uma coisa boba, eu evitaria.
Na sua opinião, quem tem mais chances de sair vencedor ou vencedora? E pra quem fica sua torcida?
É difícil, viu? Gosto de muita gente lá dentro. Todo mundo tem uma história linda.
Tive conexão com muita gente. A gente até tentava analisar lá dentro, mas é difícil ter noção, porque estamos confinados. Eu e o pessoal lá achávamos que o Juceir tem grandes chances de vencer, ou a Tainá. Minha torcida vai para todos, de verdade, do fundo do coração. Tenho uma admiração enorme por todos, porque cada um, dentro do seu gênero, é um artista incrível.
Quais são os próximos passos da sua carreira?
Eu já tinha algumas coisas planejadas para este ano, mas com o processo seletivo do 'Estrela da Casa', tive que deixar o projeto engavetado. Agora vou retomar e lançar. É um projeto audiovisual, mas ainda não posso dar spoiler. Provavelmente será lançado no ano que vem.
'Estrela da Casa' é um formato original e inédito Globo, com apresentação de Ana Clara, produção de Maiana Timoner e Rodrigo Tapias, direção geral de Aída Silva e Carlo Milani e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality é exibido de segunda a sábado, após ‘Vale Tudo’, e domingo, após o 'Fantástico'.
